A Sociedade Rural Brasileira considerou muito positivo para o futuro do país o anúncio feito nesta sexta-feira pelo governo federal sobre o Plano Nacional de Fertilizantes. O projeto pretende reduzir dos atuais 85% para cerca de 55% a dependência do Brasil na importação de fertilizantes, insumos essenciais para a agropecuária nacional. 

“Entendemos que para garantir alimentos na mesa e geração de energia renovável não só para o Brasil, mas para todos os países que consomem os produtos da nossa agropecuária, reduzir essa dependência é um passo muito importante”, destacou a presidente da SRB, Teresa Vendramini.

A dirigente destacou que os produtores rurais do país vêm enfrentando grandes desafios com alta expressiva nos custos dos insumos, especialmente fertilizantes, devido às incertezas no mercado internacional. “A matéria-prima dos principais fertilizantes está concentrada em poucos países, como a Rússia, que atualmente tem o comércio exterior restrito devido à invasão da Ucrânia e às sanções internacionais, é um risco muito grande para a nossa segurança alimentar”, afirmou Vendramini. 

O plano anunciado pelo governo federal prevê a atração de investimentos para a construção de novas indústrias, por meio de incentivos financeiros e redução da burocracia, além de estimular avanços na mineração. No caso dos nitrogenados, por exemplo, a expectativa é atrair R$ 10 bilhões em investimentos privados para aumentar a capacidade de produção nacional até 2030. O objetivo é reduzir a dependência de produtos nitrogenados em 51% e fosfatados em 5%, além de tornar o Brasil um exportador de potássio.

“Sabemos que se trata de um plano de longo prazo, se estendendo até 2050, o que de certa forma preocupa, mas esperamos que outras ações do governo e do setor privado nos auxiliem nessa missão de garantir a oferta de fertilizantes a custos compatíveis com a realidade do produtor” acrescentou Vendramini. 

Sobre as críticas aos projetos de mineração, que dependem de licenciamento ambiental, a SRB reitera que confia no cumprimento da rigorosa legislação brasileira, baseada no novo Código Florestal. Além disso, reforça o compromisso da agropecuária brasileira com o desenvolvimento sustentável, do ponto de vista social, econômico e ambiental. “Outro ponto importante é o incentivo à produção e uso de fertilizantes orgânicos, um nicho de mercado que também só cresce nesta agropecuária moderna que defendemos”, concluiu a dirigente.