A Sociedade Rural Brasileira é uma das 10 entidades do Mercosul que assinaram uma declaração formal enviada à Organização das Nações Unidas (ONU) em defesa da produção de carne. No documento, as associações rurais de seis países do bloco manifestam repúdio a publicações recentes da ONU na rede social Twitter. Em post publicado no final de julho, as Nações Unidas afirmaram que “a indústria da carne é responsável por mais emissões de gases de efeito estufa do que as maiores empresas de petróleo do mundo”, o que foi contestado pelas lideranças rurais. A decisão de elaborar a declaração e enviar ao órgão internacional, foi tomada no último dia 7 de agosto, durante a reunião do Conselho da Federação das Associações Rurais do Mercosul Expandido (FARM), com a participação da presidente da SRB, Teresa Vendramini.
Na declaração enviada a ONU, as entidades consideram as afirmações “irresponsáveis” e criticam a falta de dados e análises objetivas, que demonstrariam a importância da produção de carne para a preservação do meio ambiente e como fonte essencial de alimento para a humanidade.
O documento esclarece que a produção de carne nos países do Mercosul é predominantemente a pasto, feita a céu aberto e com padrões de bem-estar. Por este motivo, as entidades defendem que a cadeia produtiva da carne é essencialmente sustentável, garantindo serviços ambientais fundamentais para o equilíbrio do clima, com sequestro de carbono, armazenamento de água e proteção aos solos e a biodiversidade.
O texto divulgado pela FARM diz ainda que as entidades lamentam o fato da ONU estar priorizando a pauta de ativistas radicais, sem ouvir as lideranças dos seus países membros e, principalmente, sem fundamentação técnica. Por último, faz um apelo aos governos do Mercosul para que reforcem a defesa da produção da carne, considerada um dos pilares do desenvolvimento sustentável destes países.
A declaração foi assinada por representantes do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, que integram a FARM. “É muito importante que a Sociedade Rural Brasileira siga participando ativamente deste grupo de entidades do Mercosul”, destaca a presidente da SRB, Teresa Vendramini. Ela explica que há muitos temas e desafios em comum entre os países e que a entidade faz questão de avançar neste trabalho em conjunto.