Comitê de Liderança e Juventude da SRB reuniu executivos do setor para contar suas experiências aos estudantes na terça-feira, dia 1/11

O desenvolvimento do agro nas últimas décadas criou um mercado diversificado, que hoje responde por cerca de um terço da economia brasileira, ou exatamente 23% do PIB registrado em 2015. Neste contexto, este mercado atualmente extrapola a produção agrícola “dentro da porteira”, com uma enorme diversidade de oportunidades para profissionais de diferentes formações acadêmicas. Foi com essa premissa que o Comitê de Liderança e Juventude (SRB) promoveu na última terça-feira (1/11), em São Paulo, a 3ª Feira de Carreiras do Agronegócio, um dos encontros mais importantes realizados no setor para a discussão de oportunidades no agronegócio para o jovem brasileiro. O evento contou com a participação de executivos das companhias Louis Dreyfus Commodities e Basf e da instituição Rabobank para compartilhar suas experiências no setor.

“A palavra de ordem é eficiência, em todos os elos da cadeia produtiva”, afirmou o executivo Marcelo Batistela, diretor de marketing Basf, destacando a necessidade do profissional trabalhar na “integração” e “modelagem” do mercado agrícola brasileiro como um todo (base produtiva, agroindústria, exportações e tecnologias). “O setor demanda cada vez mais conhecimento e especialidade”, completou Luis Barbieri, diretor da Dreyfus. A multinacional francesa movimentou US$ 55 bilhões no ano passado, com a operação de treze plataformas de negócio.

Barbieri ressaltou a predominância da China no mercado mundial de grãos e avaliou como o Estado do Mato Grosso, um dos principais produtores de soja do Brasil, funciona conforme o ritmo do consumo chinês. O país asiático comprou US$ 6,7 bilhões da produção da soja brasileira no último ano, enquanto o estado do Centro-Oeste, sozinho, gerou US$ 11,7 bilhões de superávit para o Brasil (o equivalente a 60% do saldo comercial). No caso da Dreyfus, mais de 70% dos embarques de soja foram destinados à China. “Se alguém quer entrar nesse mercado, aproveita o feriado para procurar um curso de mandarim ou ainda conhecer o interior do Brasil, como o Mato Grosso e outros Estados. São informações essenciais para quem quer conhecer este mercado”, brincou o trader.

Comunicação
Uma das preocupações demonstradas pelos palestrantes convidados pelo Comitê de Liderança e Juventude da SRB foi a falta de reconhecimento das grandes cidades urbanas pelo trabalho desempenhado pelo agronegócio brasileiro nos últimos anos, apesar de esforços do setor em promover nas mídias impressa e televisiva a imagem e os avanços inovadores e tecnológicos do mercado. O empresário Rodrigo Iafelice, que passou por vários elos da cadeia produtiva, em negócios na América Latina e na Europa, saiu em defesa da imagem do setor: “É um mercado que tem muito mais glamour do que as pessoas supõem em São Paulo e nas grandes cidades brasileiras”, avaliou. “Trabalha-se tanto ou mais do que em qualquer outro setor da economia que pague bem. E paga muito bem”, concluiu.