O Brasil vai colher a maior safra da história de café conilon, mas registra queda expressiva na produção de café arábica em 2021, já que as áreas produtoras foram bastante afetadas pelo clima. É o que indica o último levantamento do ano para o café feito pela Conab, Companhia Nacional de Abastecimento.
A produção de café conilon deve ficar próxima de 16,29 milhões de sacas de 60kg. O resultado representa um incremento de 13,8% em relação ao obtido em 2020, e supera em 1,14 milhão de sacas a produção registrada na safra de 2019 – o melhor desempenho até então registrado para o conilon.
Já a produção de café arábica deve ficar em 31,42 milhões de sacas, redução de 35,5% quando comparada com o ano passado. Com isso, o volume total de café produzido no país está estimado em 47,72 milhões de sacas, uma diminuição de 24,4% em comparação ao resultado apresentado na safra anterior.
Um dos motivos para a colheita é a chamada bienalidade da cultura do café, que alterna ciclos anuais de alta e baixa produtividade, devido a características fisiológicas das plantas. E a safra 2021 é um ciclo de baixa produção. A última safra de bienalidade negativa foi em 2019, quando a produção foi de 49,3 milhões de sacas.
O fator que mais contribuiu para a queda na produção foi o clima, que incluiu períodos de seca e duas geadas nas principais regiões produtoras de café arábica. Houve redução no rendimento médio dos cafezais e também diminuição da área em produção. As geadas registradas nos meses de junho e julho, embora com pouca interferência nesta safra, também impactaram as lavouras em produção e em formação, o que terá reflexos no próximo ciclo.
“O cafeicultor vai precisar de uma gestão muito eficiente em 2022. Apesar da alta nos preços do café, a queda na produtividade causada pelo clima e a disparada nos preços de fertilizantes e defensivos representam um grande desafio para o setor”, afirmou a presidente da SRB, Teresa Vendramini.
Neste ano, o Brasil exportou cerca de 38,4 milhões de sacas de café no acumulado de janeiro a novembro. O volume é pouco menor do que o registrado no mesmo período do ano passado (recuo de 2,2%), porém 15,3% acima da média dos cinco anos anteriores. Em valores, as vendas do café para o mercado internacional no acumulado dos onze primeiros meses de 2021 atingiram cerca de US$ 5,6 bilhões, número que representa um crescimento de 13% na comparação com igual período do ano passado e que já supera todo o ano de 2020.