A Sociedade Rural Brasileira considerou muito positivo o anúncio feito pelo governo federal sobre o Plano Safra 2022/2023 que terá R$ 340,88 bilhões para o crédito destinado à agropecuária, um volume recorde, que fica 36% acima dos recursos previstos na safra anterior.
“Consideramos muito positivo não apenas o valor total que foi anunciado, mas principalmente as taxas de juros, que ficam bem abaixo da taxa Selic para a maioria dos produtores rurais, um incentivo necessário para um setor que garante emprego e renda, portanto um benefício para o país como um todo”, destacou o vice-presidente da SRB, Renato Junqueira.
Junqueira lembrou que em tempos de inflação alta, o Banco Central vem elevando a taxa básica de juros, o que cria dificuldades para o Tesouro Nacional seguir garantindo empréstimos subsidiados ao setor agropecuário. “Era uma grande preocupação que tínhamos, afinal sabemos que por um período o governo chegou a interromper a liberação de recursos de algumas linhas do plano 2021/2022 em função de restrições no orçamento, portanto o anúncio de quarta-feira é um sinal de que a importância da produção de alimentos, em tempos de tanta incerteza internacional, segue sendo reconhecida”, acrescentou. A atual taxa Selic está em 13,25% a.a.
No Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), os juros das linhas de custeio, comercialização e investimento vão ficar de 5% a 6% ao ano, na safra 2022/2023. No ano passado, quando a Selic estava em 4,25%, os juros iam do programa iam de 3% a 4,5%.
Já os médios produtores rurais, que utilizam os recursos do Pronamp, terão juros de 8% nas linhas de custeio e comercialização, alta de 2,5 pontos percentuais em relação ao plano anterior. Para os investimentos, o aumento foi de 1,5 ponto, também ficando em 8%. Os grandes produtores e as cooperativas terão juros de 12%, acima da taxa de 7,5% que era praticada na safra 2021/2022.
A SRB também considerou positivo o aumento de recursos para diversas linhas, entre elas o plano ABC, Agricultura de Baixo Carbono, o que deverá intensificar o processo de adoção crescente de práticas sustentáveis na agropecuária brasileira. Outro destaque foi a preocupação com o incentivo à inovação e à melhoria da conectividade no campo, bandeiras que vem sendo defendidas regularmente pela SRB. No programa Inovagro estão previstos R$3,51 bilhões, com juros de 10,5% a.a.