Durante o discurso, Marcelo Vieira destacou o reposicionamento da produção brasileira da alimentos no mercado internacional com um dos maiores desafios do agronegócio para garantir a adequada valorização dos produtos nos próximos anos. “Somos hoje os produtores mais eficientes e sustentáveis do planeta. Temos de fazer o reposicionamento da imagem de nossa produção de alimentos, garantindo sua adequada valorização e o acesso aos principais mercados da comunidade internacional”, afirmou Vieira.
Em sua fala, Geraldo Alckmin ressaltou o compromisso do governo dele com o Programa de Regularização Ambiental (PRA), um conjunto de ações e medidas de natureza técnico-ambiental para regularizar pendências ambientais e definir formas de compensação dos produtores rurais. O governador também valorizou o setor rural nacional e a atuação da Sociedade Rural Brasileira. “Esta é uma instituição do Brasil, vitoriosa, que fez e faz história, com inovação e tecnologia”, elogiou.
O novo corpo diretivo da entidade, eleito pelo Conselho Superior da SRB no dia 8 de fevereiro, é formado pelos vice-presidentes Pedro de Camargo Neto, Jayme da Silva Telles e Francisco de Godoy Bueno e pelos diretores João Adrien, Bento Mineiro, Teresa Vendramini e Francisco Guilherme Nastari.
Leia, abaixo, o discurso de posse na íntegra de Marcelo Vieira:
Senhores,
Bem-vindos à Sociedade Rural Brasileira, esta organização quase centenária, criada por nossos cafeicultores, que hoje representa nosso agronegócio, líder no suprimento de alimentos ao mercado mundial.
Até a metade do século passado, éramos importadores de alimentos. Nossa agricultura tinha um histórico de lento crescimento, por meio de políticas de ocupação do território, como a Marcha para o Oeste.
Apenas há cerca de 50 anos, com a Revolução Verde e a criação da EMBRAPA, desenvolvemos tecnologias apropriadas para a agricultura tropical. Somos hoje os produtores mais eficientes e sustentáveis neste ambiente. Mesmo tendo ainda enormes falhas em nossa infraestrutura logística, somos também os maiores exportadores líquidos de alimentos do planeta.
Com o Código Florestal, temos a legislação ambiental mais abrangente, e temos também a legislação trabalhista no campo mais responsável entre todos os grandes produtores de alimentos do mundo.
Temos, ainda, uma grande parte de nosso território preservada, o equivalente a mais de 60% de toda a área do País, com uma boa parte disso em propriedades rurais.
Isto faz de nossa produção de alimentos uma das mais sustentáveis e responsáveis do planeta hoje e ainda mais no futuro. Pois, as NDCs brasileiras no Acordo do Clima – que são as metas de cada país para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa – são principalmente de responsabilidade do agronegócio.
Como isto não é ainda reconhecido no mercado mundial, temos um importante trabalho a realizar para mudar esta imagem.
Comecei a trabalhar na Sociedade Rural Brasileira com nosso saudoso Presidente Luiz Suplicy Hafers, no Projeto do Café Gourmet, em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais. Este projeto levou à transformação da produção brasileira de café, que era padronizada e focada no mercado comercial de grande escala, na origem líder em todos os segmentos, principalmente no mercado de cafés especiais.
Temos hoje uma oportunidade semelhante, o de fazer o reposicionamento da imagem de nossa produção de alimentos, garantindo sua adequada valorização e o acesso aos principais mercados da comunidade internacional.
Ainda temos grandes desafios na reestruturação da regulação de nosso setor – nas áreas de financiamento, tributária, trabalhista, previdenciária, ambiental, de propriedade de terras, entre outras, para torná-la mais eficiente e menos burocrática e agregadora de custos.
Assim, precisamos, cada vez mais, da participação dos melhores produtores aqui na Sociedade Rural Brasileira.
Já temos feito bom progresso. Com a participação de nosso Conselho e de nossa Diretoria, trazendo também jovens produtores e outros interessados na discussão sobre o futuro do agronegócio brasileiro – para definir em quais direções devemos evoluir.
Contamos com todos vocês para este trabalho!