A Sociedade Rural Brasileira reuniu nesta semana pecuaristas e especialistas no mercado do boi gordo para traçar estratégias a fim de minimizar os efeitos das altas dos insumos no confinamento. Mesmo com a arroba valorizada, os custos de produção estão inviabilizando o primeiro giro da temporada. Cálculos do produtor de pecuária intensiva, Fernando Nemi Costa, um dos participantes do webinar Conversa Rural,  mostram que o milho subiu 95%, a polpa cítrica 85% e o germe de milho 250%, enquanto o boi valorizou apenas 50% no comparativo com junho de 2020. “O preço do boi gordo está bom, mas há uma pressão da alta das commodities que gera muita incerteza no pecuarista”, explica Fernando, que também é diretor da Universidade da Pecuária. 

O CEO do confinamento Agro Paschol Campanelli, Vitor Campanelli, que está localizado no interior de São Paulo, indicou algumas soluções como a integração lavoura pecuária, o processamento do grão e o investimento em armazenagem. “Comida tem que estar dentro de casa, precisa ter estocagem para aguentar a volatilidade do mercado”, afirma Vitor.

Quem não consegue ter essa estrutura precisa de planejamento. Foi o que afirmou a presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini. “Hoje o pecuarista precisa ser estrategista”, disse. O pecuarista Fernando Nemi concorda e diz que já está planejando a compra de insumos para o confinamento de 2022. “Quem comprar boi magro hoje para fazer a terminação ou para colocar em boitel, a conta não vai fechar. Quem tem boi magro é melhor vender para o confinamento”, aconselhou Campanelli.

Para onde vai o preço do boi gordo?

Para o médico veterinário e consultor da Radar Investimento, Leandro Bovo, que também participou do webinar Conversa Rural, a baixa oferta de animais para abate vai continuar no segundo semestre e o preço da arroba deve continuar ao redor de R$ 320,00. “Pode não subir, mas não deve cair. No segundo semestre, historicamente, as exportações de carne bovina são, em média, 17% maiores”, afirmou, lembrando a valorização da carne bovina que, nesta última semana, bateu recorde de preço no mercado internacional, cotada a US$ 5.160 a tonelada. Ainda segundo o analista, a queda do dólar é o único motivo que pode alterar este cenário, mas existem muitos fatores que indicam que a moeda norte-americana deve ficar entre R$ 4,50 e R$ 5,00. 

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