Entidades profissionais começaram a se posicionar a favor das manifestações antigoverno marcadas para o domingo, dia 13.

A AMB (Associação Médica Brasileira), a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e a Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) chegaram a enviar mensagens a seus associados, convocando-os a participar dos atos.

Sem citar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a nota da AMB convida os médicos a protestar contra a corrupção. O texto presta solidariedade juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, e apoia abertamente o projeto de lei anticorrupção patrocinado pelo Ministério Público Federal.

A mensagem afirma que o “Brasil está na UTI”. “Diariamente somos chamados para tratar e curar nossos pacientes. Agora é a hora de fazer o mesmo para com nosso país. A doença é grave e precisa de uma intervenção firme e rápida”, diz o texto, assinado pelo presidente da AMB, Florentino Cardoso.

Em carta a empresários, o presidente da Facesp e da ACSP, Alencar Burti, convoca os associados a “mostrar sua indignação com a falta de solução da crise política, e a paralisia das atividades econômicas”.

A ACSP representa 30 mil empresários da cidade de São Paulo enquanto a Facesp reúne 420 associações comerciais e 240 mil associados.

As duas entidades informaram, por meio de sua assessoria de imprensa, que apoiam os protestos organizados pelo Vem Pra Rua mas afirmam que não houve encontro com líderes do movimento. O Vem Pra Rua foi um dos grupos que ajudou a organizar protestos antigoverno que levaram milhares de pessoas às ruas.

A Sociedade Rural Brasileira divulgou posicionamento favorável aos protestos do próximo domingo e ao impeachment de Dilma. “Somos a favor do impeachment como início de processo de mudança do Brasil”, explicou à Folha o presidente da instituição, Gustavo Diniz Junqueira.

Junqueira já havia se posicionado sobre o assunto em fevereiro, em artigo publicado pela Folha

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou na segunda-feira (7) seu apoio aos protestos. O presidente da entidade, Paulo Skaf, participou de reunião com associações e sindicatos para discutir os cenários do país. Estavam presentes membros do Vem Pra Rua e do MBL (Movimento Brasil Livre), outro dos principais organizadores de atos anti-Dilma.

Na ocasião, Skaf afirmou que ele e sua família participarão dos protestos.

Celebridades

Nesta segunda, o Vem Pra Rua divulgou vídeo em que os atores Juliana Paes, Susana Vieira, André Marques, Malvino Salvador, Daniele Suzuki, Dudu Azevedo, Marcelo Serrado e Márcio Garcia e o cantor Evandro Mesquita convocam para o protesto.

“E você vai deixar o Brasil ir para o buraco?”, pergunta Susana Vieira na peça. A artista divulgou no último dia 3, no Twitter, uma foto do dia dela com Malvino Salvador no dia de gravação da mensagem.

Manifesto falso

Em meio aos esforços de divulgação dos protestos, o MBL recebeu por Whatsapp mensagens que se apropriaram de seu logo e do ícone do Vem Pra Rua para prestar apoio ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que responde a processo da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).

“Vamos defender o mandato do combativo deputado Eduardo Cunha”, diz trecho da mensagem. Os dois movimentos reiteram que trata-se de anúncio falso e que eles não defendem o parlamentar.

O Vem Pra Rua informou ainda que o lema dos protestos que estão convocando é “Apoio à Lava Jato e corruptos na cadeia” e que nenhum apoio a Cunha não faz sentido.

Fonte: Folha de S. Paulo