Documento pede empenho na aprovação da proposta para que o setor continue exercendo papel de “carro chefe” da economia.

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) e outras 43 associações do agronegócio enviaram nesta terça-feira, 02 de abril, uma carta ao presidente Jair Bolsonaro pedindo empenho na aprovação da reforma do Sistema Previdenciário Nacional. A entidade defende a proposta como meio mais rápido e efetivo para assegurar ao País o equilíbrio das contas públicas e a retomada do desenvolvimento econômico. No documento, as associações se referem à reforma como prioritária para que o setor continue desempenhando o papel de “carro-chefe” da economia brasileira.

Para a SRB, que manifesta extrema preocupação com andamento do projeto, um eventual fracasso da reforma sacrificará todos os setores da economia, em especial o agronegócio, responsável por quase metade das exportações brasileiras. Em um trecho da carta, as associações manifestam orgulho com o saldo econômico do agro, que responde por cerca de 40% do crescimento da oferta de alimentos para atender 9 bilhões de habitantes no mundo até 2050, segundo previsão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Juntas, as signatárias da carta e seus setores representados responderam por cerca de 18,1 milhões de empregos no terceiro trimestre de 2018, segundo dados do Centro de Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).

Ainda que manifeste interesse na rápida tramitação da proposta no Congresso Nacional, a SRB se coloca a favor de qualquer debate para aprimorar a proposta do Poder Executivo. Segundo a entidade, alguns dispositivos da reforma ainda são passíveis de questionamentos por parte dos produtores rurais, como o fim da isenção previdenciária sobre receitas de exportação e o aumento da idade mínima para a aposentadoria de agricultoras. “Cumpre ao Poder Legislativo evoluir nessa questão, corrigindo e aprimorando a proposta original”, diz o presidente da SRB, Marcelo Vieira.

Esse debate, contudo, avalia a SRB, deve acontecer sem perder de vista o enfrentamento de distorções que representam fraudes e privilégios inaceitáveis em uma sociedade repleta de desigualdades: “é inoportuno, no momento, incluir no processo negociador outros temas que também exigirão evolução legislativa no futuro”, diz Vieira. “O que todos terão a ganhar será uma nova previdência social, mais justa e mais equilibrada”, ressalta o dirigente.

O fracasso da reforma, enfatiza a SRB e as associações signatárias, ameaça nossa capacidade de conquistar investimentos para o custeio e o aperfeiçoamento profissional do povo brasileiro. O projeto será responsável por destravar investimentos públicos e privados, bem como colocar o Brasil numa rota de crescimento sustentável e capaz de aproveitar suas diversas vocações, o que tem posicionado o País na condição de potência na produção de alimentos, fibras e energia renovável.