Para a entidade, é preciso discutir o atual formato de participação do setor no sistema de seguridade social

Taxar as exportações do agronegócio não é o caminho para ajudar a solucionar os problemas da Previdência, na opinião do presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira.

Em vez disso, é preciso ampliar e aprofundar a discussão sobre os formatos de contribuição do agronegócio ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da sociedade como um todo, opina Junqueira.

Ele cita dois pontos distintos da discussão: um sobre uma possível equalização entre contribuições dos trabalhadores rurais e urbanos e outro sobre o passivo gerado a partir da incorporação dos trabalhadores do campo à Previdência, determinada pela Constituição de 1988.

“Precisamos calcular a contribuição por meio do Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural) e entender se está em linha com o que o empregado urbano paga. Se for menos, vamos precisar discutir esta conta e fazer alguns ajuste, para algo que não deve ter muita discrepância”, afirmou à Agência Estado.

Junqueira ressaltou, ainda, que, até 1988, os trabalhadores rurais não tinham direito à aposentadoria. “O passivo oriundo desta decisão da sociedade brasileira, de incorporar todos os trabalhadores à Previdência, deve ser absorvido por toda a sociedade”, afirmou. “Essa conta é grande”, acrescentou.

Por fim, o representante reforça que é contra o aumento de impostos e que estas discussões precisam ser feitas de forma transparente pelo atual governo. “Precisamos ter isonomia sobre como vamos chegar a isso.”

Fonte: Globo Rural