A tecnologia do carro flex deve ser exportada para os demais países emergentes e representa um grande potencial de crescimento para a produção de etanol no Brasil. Foi o que disseram os participantes de mais um “Conversa Rural”, webinar promovido semanalmente pela Sociedade Rural Brasileira. Entre os convidados estavam o presidente da Volkswagen na América Latina, Pablo Di Si e o presidente da Datagro, Plínio Nastari, que trocaram ideias e fizeram projeções para o setor, sob o comando da presidente da SRB, Teresa Vendramini. 

“Eu tenho dito que chegou a hora do Brasil pensar grande, nós criamos o motor flex, inovamos, agora não podemos só desenvolver para o Brasil, precisamos exportar esta tecnologia para o mundo, porque nós temos a competência, o talento, a inovação e a paixão aqui neste país”, afirmou o presidente da Volkswagen.  

Segundo o executivo, a indústria automobilística está adotando um caminho sem volta, que é o carro elétrico híbrido. Porém, a questão agora é saber de onde esta energia é gerada. Por isso, a Volkswagen adotou a defesa do etanol como uma estratégia complementar a estas novas tecnologias. Pablo Di apresentou números sobre os ganhos obtidos quando o assunto é a redução de gases geradores do efeito estufa: “um carro a gasolina gera 180 gramas de CO2 por km rodado, já com etanol, esta emissão cai para 93 gramas”. O presidente da montadora mostrou que no caso dos elétricos e híbridos a matriz energética do país faz toda a diferença e o Brasil leva vantagem por ter um maior uso de fontes renováveis.  Na Europa um carro híbrido emite 173 gramas de CO2 por km rodado, já no Brasil este número cai para 86, afirmou Di Si. 

O presidente da Datagro, Plínio Nastari, elogiou a iniciativa da Volks, afirmando que a agricultura energética depende de iniciativas como esta da indústria automotiva. O analista acredita que um dos grandes potenciais de mercado está na Índia, país que antecipou de 2030 para 2023 a meta de adotar o etanol em 20% da frota. Segundo ele, atualmente mais de 75% da energia elétrica na Índia vem da queima do carvão, o que reforça a necessidade de buscar alternativas na indústria automotiva. Nastari mencionou ainda outro grande potencial para o etanol que é a transformação do produto, por meio de processos bioquímicos, na bioquerosene, que será usada na aviação, além do biometano, que poderá substituir em parte o óleo diesel. 

“Este debate foi muito importante para mostrar que o agronegócio sustentável é uma realidade, a revolução do etanol ocorre não só no Brasil, mas no mundo inteiro”, destacou a presidente da SRB, Teresa Vendramini. A dirigente afirmou que o produtor deve se orgulhar por fazer parte desta transformação mundial que é o etanol. “É algo que tem efeito multiplicador, não apenas na sustentabilidade, mas também na geração de emprego, renda e arrecadação de impostos”, acrescentou. 

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