O diretor da empresa, André Guillaumon, liderou o último encontro do Comitê de Liderança e Juventude, terça-feira, na Rural

Na visão do diretor da BrasilAgro, empresa especializada na aquisição, transformação e venda de terras, a tecnologia é a maior responsável pela abertura de fronteiras agrícolas. André Guillaumon esteve na sede da Sociedade Rural Brasileira (SRB), nesta terça-feira (22), onde participou de mais um encontro do Comitê de Liderança e Juventude (CLJ). Com dez anos de atuação no setor, a companhia já mapeou 30 milhões de hectares de terras na América Latina.

“Oportunidade tem de monte”, afirmou Guillaumon aos jovens, “a tecnologia está sempre ampliando as fronteiras agrícolas. Não é a Bahia, não é o Mato Grosso. É a tecnologia”. A BrasilAgro é dona de 241,5 mil hectares, após ter vendido fazendas de alta produtividade que somam 77,5 mil hectares. A empresa começou com um YPO de R$ 586 milhões, em 2006, que possibilitou a aquisição de 319 mil hectares de propriedades desvalorizadas.

“O nosso negócio é tão fácil de explicar, mas tão complexo de realizar”, explicou o executivo, falando sobre as dificuldades de se obter licenças. Segundo ele, o custo de conversão varia de R$ 1.600 a R$ 3.500, a depender do bioma e da necessidade de correção do solo – transformar pastagens limpas em terras agricultáveis é o processo menos custoso. “A tônica de qualquer negócio é a estratégia. Gestão se faz com estratégias claras, pessoas capacitadas e processos robustos”, destacou Guillaumon. Ele ainda estimou o retorno financeiro de ativos agrícolas entre 7% e 9% ao ano – “mais do que isso, é impensável –, enquanto ativos pecuários geram lucro de 1,5% a 2% anuais. “Nenhuma aquisição é feita pensando em resultado imobiliário. Eu analiso as terras como se tivesse que ficar operando a fazenda o ano inteiro.”

Em relação à aquisição de terras e investimentos por estrangeiros, Guillaumon defende o fim das restrições e que isso só gerará benefícios ao setor, como a redução do custo de capital da cadeia produtiva. Ele está otimista quanto à mudança de governo para o negócio, apesar de entender que existe uma crise de credibilidade do governo muito grande, inclusive maior que a crise fiscal. “Quando o governo garantir para o mercado que tem capacidade de promover o ajuste fiscal, vai haver um fluxo de entrada de capitais muito grande”, prevê o diretor da BrasilAgro, que também defendeu a atuação das entidades e associações de classe na promoção de maior segurança jurídica para a entrada de investimentos estrangeiros no país.