Evento aberto ao público, com produtores rurais, chefs convidados e pesquisadores, terá como tema a origem e as formas de preparação dos alimentos sob a perspectiva da agricultura tropical

 

Estreitar as relações entre a agricultura, o meio ambiente e a gastronomia é o principal objetivo da Feira Viva, apresentada pelo Santander, que acontece no dia 24 de fevereiro, no Parque Villa-Lobos, das 9h30h às 18h30. Na edição de verão, o tema central será o conhecimento acerca da origem e as formas de preparação dos alimentos sob a perspectiva da agricultura tropical. O evento é realizado em conjunto pelo produtor rural Patrick Assumpção, do Vale do Paraíba, pela agrônoma Keila Malvezzi e pela Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das principais entidades representativas do agro brasileiro.

Nesta edição, o público terá a oportunidade de aprender feituras de processos e produtos por meio de produtores, pesquisadores e chefs, que estarão apresentando procedimentos de saberes e técnicas tradicionais de grande valor sociocultural. Participam da programação a chef Bel Coelho e o produtor Eduardo Modesto na demonstração sobre o doce de Jaracatiá no tacho de cobre (Fazenda Jaracatiá), Helena Rizzo, Mara Salles e o produtor rural Zé Ferreira, na demonstração sobre farinhas tropicais (Sítio Agroflorestal São José),  Edu Malta e a Rede de Sementes do Vale do Ribeira, na demonstração sobre muvuca de sementes, o Dr. Leandro Carmo, na demonstração de extração da polpa do fruto da palmeira Jussara e o especialista Valdely Kinupp e o chef Henrique Nunes, na demonstração sobre PANCs.

Todas as feituras serão intercalas por sessões de curta metragem, que estarão dentro da temática apresentada em cada uma.

Além disso, durante um dia inteiro o consumidor será convidado a fazer uma viagem por regiões rurais de interesse histórico, cultural e ambiental, conhecendo o trabalho do turismo rural de comunidades e fazendas, por meio dos produtores. No mesmo espaço haverá a degustação, a partir das 11h, de pratos a preços populares (até R$25). E também a venda direta de produtos e comidinhas, como as da Fazenda Coruputuba (comida de índio Corupaytiba: feijao verde, milho criolo, farinha de mandioca, ora-pro-nobis e Içá, finalizado com molho de tucupi), Murique Polpa de Fruta Nativa (Jussara na tigela), Linguiçaria Real Bragança (Sanduíche de pastrami e pão de lingüiça), Sítio Agroflorestal São José (mandioca com açafrão, fruto de pupunha e banana verde, geleias de frutas nativas), Maria Preta Jabuticaba (compotas, geleias, polpa congelada, licor e massas de jabuticaba), Fazenda Jaracatiá (cocada paulista, compota de fruto de jaracatiá, mudas de jaracatiá) e Pardinho artesanal (queijo cuesta, mandala e cuesta azul).

 

Programação de feituras e filmes

  • (10h30) Feitura da Muvuca de Sementes

Rede de Sementes do Vale do Ribeira

A técnica de “Muvuca de Sementes” para o plantio de florestas é um método que vem de antigas práticas agrícolas e, hoje, pode significar a possibilidade de restauração florestal das vastas áreas degradadas no país – além de possibilitar a organização e valorização de um dos preciosos elos da cadeia da recuperação ambiental, os coletores de sementes. Essas pessoas muitas vezes ainda detém parte dos conhecimentos perdidos acerca da natureza.

  • (11h45) Filme: Saberes do Vale – Morar
    Projeto Saberes do Vale

(12h) Feitura do Doce de Jaracatiá

Eduardo Esperanza Modesto (Fazenda Jaracatiá)

Chefe Convidado: Bel Coelho

O uso do açúcar na conservação de frutas é uma técnica tradicional utilizada fartamente no Brasil. É a partir dela que podemos preservar e apreciar frutos nativos das nossas matas durante todo o ano. A feitura do doce no tacho tem forte ligação regional, onde cada bioma, cada cultura, tem sua fruta e modo de preparação típicos. O Jaracatiá é uma árvore símbolo na Mata Atlântica e sua preservação está fortemente atrelada à preservação do meio ambiente. São utilizados, além de seu fruto, uma espécie de mamão selvagem, o seu tronco para a preparação de um doces típicos em diversas regiões brasileiras.

  • (13h15) Filme: Saberes do Vale – Brincar
    Projeto Saberes do Vale

(14h) Feitura Farinhas Tropicais

Zé Ferreira

Chefe Convidado: Helena Rizzo e Mara Salles

A preservação de diversos alimentos como cereais e raízes através da feitura de pós e farinhas, faz parte do acervo técnico e cultural das populações tropicais. Vamos aprender algumas dessas técnicas com as comunidades tradicionais litorâneas, como o Quilombo de Picinguaba – SP e do Camburi – RJ. Entre as farinhas produzidas e consumidas por essas populações estão a farinha de inhame, farinha de banana verde, pó de gengibre e cúrcuma, e a famosa farinha e polvilho de mandioca, entre outras.

  • (15h45) Filme: Saberes do Vale – Comer
    Projeto Saberes do Vale

(16h15)  Feitura PANC na feira
Valdely Kinupp
Chef Convidado: Henrique Nunes

O plantio de plantas de fácil cultivo e adaptação à realidade tropical do país é essencial para a manutenção da saúde humana e do meio ambiente. Vamos conhecer plantas tradicionais que foram esquecidas, as hoje já famosas PANCS,  entendendo seus modos de preparo e curiosidades culturais e nutricionais.

  • (17h45) Filme: Saberes do Vale – Criar
    Projeto Saberes do Vale

(18h)  Feitura Extração da polpa da Jussara
Dr. Leandro Carmo

Dr. Leandro é especialista em pós-colheita e beneficiamento de frutas nativas e vai demonstrar a extração da polpa do fruto da palmeira Jussara. A Jussara é uma planta nativa da Mata Atlântica, e ficou em grave risco de extinção por causa da extração do palmito. Para estimular seu plantio e inibir o corte ilegal da palmeira, uma alternativa é o consumo do fruto, o que garantiria que a arvore fosse mantida em pé por muitos anos. Alem disso o fruto do Jussara, muito semelhante ao açaí, tem mais nutrientes (antioxidantes e cálcio) do que o açaí. O cultivo geralmente precisa ser feito em ambiente florestal, pois a planta é muito exigente, o que também pode ser um estímulo para o plantio de florestas.