A safra 2021/2022 de grãos e oleaginosas no Brasil deve ficar em 265,7 milhões de toneladas, um volume que está acima do ano passado, mas abaixo do que era previsto em fevereiro. Os números foram divulgados no 6º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O novo corte na produção esperada se deve aos efeitos do clima seco na região Sul do Brasil e em parte de Mato Grosso do Sul, que reduziu drasticamente as produtividades da soja e do milho primeira safra, principalmente. No caso da soja, a safra é estimada agora em 122,76 milhões de toneladas, ante 125.5 milhões de toneladas projetados em fevereiro e muito abaixo das estimativas iniciais que chegavam a quase 145 milhões de toneladas. Com o plantio da soja já encerrado, segundo a Conab, a área plantada ficou em 40,7 milhões de hectares, acréscimo de 3,8% na área plantada em relação à safra 2020/2021.

Para o milho, a expectativa da Conab é de uma produção total 29% maior que que a safra passada, podendo chegar a 112,3 milhões de toneladas. O incremento é impulsionado pelo melhor desempenho principalmente da segunda safra do grão, que deve subir de 60,7 milhões de toneladas no período 2020/21 para 86,2 milhões de toneladas na atual temporada.

“Essa produção menor na safra atual preocupa, principalmente porque os custos de produção seguem subindo, agora em cenário ainda pior em função dos efeitos que a invasão da Ucrânia pela Rússia já estão causando no mercado de fertilizantes”, destacou a presidente da Sociedade Rural Brasileira, Teresa Vendramini. Durante a divulgação do levantamento, a Conab ressaltou que o real impacto do aumento nos preços dos fertilizantes e no mercado de commodities agrícolas deve ficar mais claro nas apurações que estão sendo feitas este mês.