Para entidade, soluções envolvem policiamento preventivo e parceria das corporações com produtores rurais.
SRB também apoia PL que prevê criação de delegacias especializadas em cidades com menos de 95 mil habitantes.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) defende o investimento em inteligência e patrulhamento policial como maneira mais eficaz de combate a insegurança nas áreas rurais do País. Para a entidade, decretos que oferecem aos proprietários acesso a armas de fogo e excludente de ilicitude possuem adeptos dentro do setor e podem ter efeito paliativo, mas é preciso adotar políticas públicas mais severas para acabar de vez com os crimes.
Para a SRB, equipar as polícias com recursos de inteligência e apoio logístico será importante para atacar a raiz do problema, os focos de comércio de produtos roubados ou furtados no campo. “Os Estados devem fortalecer suas unidades especializadas de prevenção para ter condições de ficar um passo à frente dos criminosos”, diz o presidente da entidade, Marcelo Vieira.
Nesse sentido, a entidade manifesta apoio ao Projeto de Lei Nº 365/2019, de autoria do deputado Alceu Moreira, que prevê a criação de delegacias especializadas em crimes rurais nos municípios com mais de 95 mil habitantes. Aprovada nesta quarta-feira na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, a medida democratiza ao interior do País a distribuição de recursos públicos antes restritos às capitais.
Segundo o deputado, a prioridade será o atendimento aos crimes praticados no meio rural, em ações investigativas e preventivas dos delitos. O projeto prevê o atendimento a 333 municípios em todo o País com a instalação das delegacias em regiões mais afastadas das aglomerações urbanas.
A SRB reconhece a falta de segurança no campo como um dos problemas que mais afligem os produtores rurais, influenciando diretamente nos custos da produção e comprometendo a competitividade. Entre as ocorrências mais frequentes estão assaltos a propriedades e roubo de insumos e maquinários. Segundo Vieira, os crimes no campo são mais complexos, cometidos muitas vezes por quadrilhas especializadas: “os produtores estão mais vulneráveis que na área urbana”.
Parceria polícia e produtor
A entidade também defende iniciativas para aproximar as policias dos desafios enfrentados pelo produtor rural. No ano passado, a SRB firmou parceria com a Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo e organizou uma série de seminários em cidades paulistas para promover esse diálogo. Os eventos eram liderados pelo então Comandante Coronel Alberto Sardilli. “A corporação, antes movida apenas por ações punitivas, passou a orientar o agricultor sobre como agir nesse cenário de insegurança”, diz Vieira.
Para a SRB, as ações de cooperação desenvolvidas pela Polícia Militar Ambiental do Estado de São Paulo são exemplo para o Brasil de como pensar estrategicamente para reduzir a criminalidade. A corporação criou no ano passado o programa Propriedade Amiga para agilizar a localização e o atendimento às propriedades rurais. Com a propriedade previamente cadastrados no programa, o produtor passa a integrar uma rede de proteção ampliada, recebendo auxílio mais eficiente da Patrulha Rural em casos emergenciais.