“O valor mostra o trabalho desempenhado pela ministra para manter os recursos do plano em um ano difícil”, afirma o presidente da Sociedade Rural Brasileira

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, afirma que o valor e os juros médios do Plano Safra 2015/2016, anunciado hoje pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu, estão em linha com o esperado pelo setor. No entanto, ele diz que é importante considerar que o avanço de 20% do montante destinado ao crédito rural (R$ 187,7 bilhões) não é grande quando comparado com a inflação dos últimos 12 meses e a desvalorização cambial, que afetam produtores. “Mas o valor mostra o trabalho desempenhado pela ministra para manter os recursos do plano em um ano difícil”, afirma.

Junqueira nota que os juros dos financiamentos estão mais altos este ano, mas pondera que isso já era esperado pelo mercado. “Se continuassem nos mesmos níveis, o buraco nas contas públicas seria muito grande”, avalia. Para o presidente da SRB, o próximo Plano Safra a ser anunciado em 2016 também deve vir em linha com a tendência de aperto monetário.

“Devemos ter mais ajuste no ano que vem; vamos entrar em uma fase de crédito mais caro”, diz. Para reduzir os custos do crédito rural, o presidente defende que o governo precisa avançar em políticas públicas que mitiguem o risco da atividade agropecuária, como o Cadastro Rural Ambiental (CAR), que amplia as informações disponíveis sobre as propriedades brasileiras e, com isso, aumenta a previsibilidade da produção.

Junqueira também afirma que o crédito disponível não necessariamente será tomado pelos produtores. “Se o tomador não está confiante (com o cenário macroeconômico), ele deixará de investir. E o que observamos é que o produtor está mais retraído”, afirma. Com o Plano Safra, o presidente da SRB acredita que o governo federal envia uma mensagem aos produtores de que “é preciso captar sabendo exatamente onde o valor será aplicado, seguindo boas práticas para devolver os recursos depois”.